Solidão: essa faca de dois legumes - #GuestPost

Ou “como foi que fui morar sozinha”. O guestpost da Lyrinha de hoje é muito simples. A Evelise me recomendou contar como decidi morar sozinha, here we go!

Na minha vida, ser independente não foi escolha e sim necessidade desde sempre. Minha mãe sustentava a família (três filhas) sempre dizendo “FILHA NÃO CASE, VIAJE, ESTUDE, TENHA SUAS COISAS”. Coisa de mãe que passou muito perrengue na vida. A gente sempre morou numa casa boa mas pequena e quando muita gente mora junta, privacidade é um problema. Eu adoro meus pais mas sempre quis ter meu canto. 

Quando comecei a pensar nisso, eu tinha 15 anos. Foram dez anos pra chegar lá. Porque queria, daquela forma quase teimosa, ter-meu-próprio-canto, mas com conforto e alegria. Pensava, o que adianta morar sozinha e não dar conta de pagar a luz? Sim, porque viver sozinho na sua cabeça enquanto mora com os pais, e viver sozinho na vida real (this is the real life? Or Just fantasy lalalala), são coisas muito diferentes. 

Na casa dos pais, sempre tem alguém pra você conversar. Na sua casa, o vazio ecoa pelas paredes (ou no meu caso, miados de gatos). As contas ficam lá não importa o quanto você as ignore. E a sujeira acumulada no chão também. 

Então nessa construção pessoal, aos poucos, fui me preparando para enfim, aos 25 anos, ter meu espaço, minha casa, meu santuário. E é meu santuário mesmo. Não tem barulho e tem a minha bagunça que é só minha. Não tem gente de mau humor e eu faço, assisto, cozinho o que eu quero. 

Mas tem solidão. A inimiga solidão (tocando Pablo no fundo). 

Mas calma! Não é algo tão assustador assim! Então aqui embaixo eu listo algumas dicas que foram valiosas para mim na questão. 

1. Não saia de casa pra passar perrengue/brigado com a família.
Nem sempre morar sozinho é uma escolha, é claro. Mas caso seja, como foi a minha, saiba que você terá que ter muita disposição pra lidar com problemas estruturais e financeiros porque c’mon, a vida é assim. Você dá conta deles? Então bola pra frente. 

2. Tenha um bichinho de estimação.Nem preciso descrever essa. Pets ajudam a amenizar os principais problemas de solidão num sábado a noite e em muitos outros momentos da vida.  (tem um post antigo da Casa de Um especial para quem tem cachorros, aqui)

3.  Tenha prazer nas pequenas coisas.
Valorize momentos como assistir o filme favorito, dormir sem barulho, organizar as coisas do seu jeito. Ame sua individualidade sendo plenamente exercida. 

4.  Não se isole.
Leve os amigos em casa, faça jantares, convide. Mesmo que bata aquela preguiça. Seu santuário deve ser dividido com quem você gosta, sempre. 

5.  Não tenha medo.
Porque nessa aventura chamada vida, a solidão será, na verdade, uma companheira a mais, que vai te ensinar muita coisa sobre você mesmo e sobre a sua relação com o mundo.

E olha, tá valendo a pena.

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Lyra Libero, 25 anos, jornalista com dois empregos que divide seu escasso tempo livre entre suas três gatas Luna, Pan e Pagu e na batalha para manter a casa livre de insetos e de energias ruins. Prendada na cozinha porém um desastre nos outros serviços domésticos. Gosta das pessoas sorrindo quando levam o garfo à boca, mas não convida ninguém para jantar e sim para “um rango”. Adora filmes no melhor estilo “food porn”. Munida de sua panela wok presente da avó, é imbatível nos risotos, massas e outras receitas.  

Seu Instagram é @lyralibero e você pode acessar seu blog aqui.